Pipocas & Limonada


Eu tentei colocar alguma ordem nos armários que guardam os filmes e música, posso dizer que foi uma batalha sem glória, já que muitas coisas ainda estão acumuladas em cakes, sem caixas e empilhados em torres misturadas. Mas pronto, já consegui separar entre música e filmes. Muitos deles ainda por ver e ouvir, sempre dizendo que qualquer dia...

Separei alguns para ver, já que tinha visto anteriormente as versões originais e queria saber se os remakes faziam justiça aos livros ou aos filmes originais.

O Retrato de Dorian Gray li faz uns 28 anos, reli um par de vezes depois, porque começam algumas coisas a fazer mais sentido com o passar dos anos. O filme, o primeiro, confesso que o vi há mais de 30 anos, uma realização de 1945 se não me engano, a preto e branco. Baseado no livro com o mesmo nome, do escritor irlandês Oscar Wilde, que conta a história do jovem Dorian Gray, um rapaz de uma beleza singular, um ar ingénuo que serviu de modelo para um pintor. A história decorre em plena época Vitoriana, onde várias correntes filosóficas batiam de frente contra o puritanismo e os preconceitos sociais da altura. Assim, o jovem Dorian conhece um membro do jetset que prega o Hedionismo. Por outras palavras, um tipo de filosofia que vê como solução de todas as questões do mundo na procura do prazer e da beleza. Apenas um senão deita a baixo esta corrente filosófica. É que tanto a beleza como o prazer são de vida curta, fugazes e portanto não é uma coisa de longo curso. Dorian desejando que a velhice e as tristezas do mundo jamais o tocassem, deseja então trocar de lugar com o quadro e aposta até a alma nisso.

O filme de 2009 é bastante fiel ao livro, conseguiram criar a época com bastante realismo e a acção se desenrola sem os dramatismos do filme de 1945. Vale a pena ver.


A segunda escolha da noite foi The Wolfman, uma variante dos filmes de lobisomem já bastante conhecidos. Vi os mais antigos, aqueles dos anos 50/60, em que o actor parecia um cãozito de peluche e me divertiam muito. Houve um que achei o máximo e vi há uns tempos no canal por cabo MOV. Imaginem uma batalha entre um lobisomem e o Frankstein... com muita pedra de esferovite, muitos saltos estranhos e imensas gargalhadas... Michael J. Fox fez o Lobijovem na década de 80, mas o meu preferido continua a ser o Lobisomem Americano em Londres, lá do comecinho dos anos 80 e que achei muito bom, porque misturava um bocadinho de humor pelo meio. O que vi neste fim de semana é a produção de 2010, com Benicio Del Toro e Anthony Hopkins... e achei bastante digno embora não tenha inovado em nada. Ok, meu chinelo deu uns saltos no ar, o que o coloca no rol dos "filmes de chinelo"*


Quando tinha praí uns 9 anos, tive uma brutal crise de asma, por causa dela e da catrefada de medicamentos que tomava, fiquei de cama uns tempos. Extenuada de tentar respirar e de sono, porque asma cansa e não deixa dormir, tirei umas férias forçadas. De maneira que quando enjoava de pintar e desenhar, lia. Portanto, li o Alice no País das Maravilhas de Lewis Carol e não entendi "lhufas"... achei uma confusão pegada e nada parecido ao que tinha visto na animação da Disney. Quando já estava nos 20 e tais anos, voltei a pegar no livro e vi que a história...era bem outra coisa, nada de sonhos infantis e uma alegoria bem feita da sociedade. Aí, Tim Burton, com a sua imaginação espantosa e uma criatividade visual ilimitada, pega nos seus actores "fetiche" e cria uma obra com a cara dele. Mesmo sabendo o enredo, mesmo com algumas leves mudanças, fica esta fantasia que cai muito bem num fim de semana.


Se não há a possibilidade de um fim de semana ideal, sempre é possível encontrar outras coisas que divirtam . Nem que seja depois dos filmes, umas rodadas de bisca lambida ou um jogo de tabuleiro. Vale tudo em nome de distrair, abstrair e divertir. Até ler...vejam lá....

Apareçam

Rakel.

* No tempo que Santarém tinha uma T.V pirata, nas noites de Sexta - Feira eram transmitidos depois da meia noite filmes de terror da Skymovies. Mas terror a sério. Nessas noites eu e meu cunhado, munidos de uma ceiazita de ocasião, levávamos os tabuleiros pra sala e assistíamos os tais filmes. Um deles, foi realmente assustador, de tal forma que apanhei um susto numa das cenas e o chinelo saltou do meu pé, deu dois mortais e um encarpado e aterrou bem no meio de spaguetti a bolonhesa do meu cunhado. Desse dia em diante, entrou para o folclore da família o conceito de "filme de chinelo"pra um bom filme de terror.  :)

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