Lá pelos anos 80, mais precisamente em 1982, saiu nos cinemas o filme Tron, uma ficção cientifica carregadinha de efeitos visuais e uma história boiando entre o imaginário e a realidade. Jeff Bridges no papel de um criador de jogos electrónicos, despedido e tentando vingança acaba dentro de um computador lutando contra as "forças do mal" de um programa de segurança.
Quem já viu fotos de encontros de fãs de séries, filmes ou animes, sabem que essas pessoas que seguem fervorosamente acreditam não só que era bem possível existir tudo aquilo, como alguns chegam a "encarnar" os papéis dos personagens. Foi e ainda é assim com o Star Trek, Star Wars, Dragon Ball e houve um pequeno grupo de Trons...
Na actual crise de ideias, na necessidade de talvez, reviver antigas nostalgias e modas, eis que chega o novo Tron. Quando o primeiro saiu, é bem verdade que os efeitos visuais mais arrojados ainda estavam nos seus primórdios, graças a George Lucas, que empurrou não só os produtores, mas também a indústria cinematográfica numa procura de maior realismo dentro da ficção. Mesmo assim, o filme fez sucesso, foi diferente e depois caiu no esquecimento. Desta vez, com mais de uma vintena de anos em avanços técnicos de efeitos visuais, de mais umas caras novas e uma repimpada na história, lá pelo meio de Dezembro irá estrear nos cinemas com tecnologia 3D Tron Legacy. Agora com um Jeff Bridgs mais velho, mas ainda colado na senda da vingança consegue o impensável e seu filho então vai tentar compor as coisas pra que tudo acabe bem.
É interessante ler em alguns lugares as comparações entre Matrix e Tron, as diferentes visões de um mundo regido pela cibernética, net programação. E nela sempre há os dois lados da moeda: quem se rende totalmente às tecnologias e o lado de quem quer ainda conservar o lado humano intacto. Uma contradição se olharmos bem as coisas. Nós criamos as máquinas, nos procuramos dar à elas a aproximação humana, seja na forma do pensamento, seja na construção de robots que subam escadas e falem connosco. Desde a mania do Tamagotchi (que até existiam amas pagas pra tratar do bichinho virtual, faziam enterros e casamentos) onde as pessoas se viciaram e se ligaram afectivamente à um brinquedo, acreditando que ele sofria mesmo ou tinha fome...me pergunto se não anda muita gente com a cabeça baralhada. Ou procurando na tecnologia o ideal que não encontra na vida normal de carne e osso. Acho que nasceu uma nova era de Pigmalion, do mito da busca de uma perfeição ficcional.
Enquanto ficam no ar estes pensamentos profundos e absolutamente desnecessária (a chamada cultura da batata), deixo aqui os 2 traillers dos filmes: o do começo e do deste ano.
Tron (1982)
Tron Legacy (2010)
Apareçam
Rakel
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