É sempre assim...

Mas é sempre assim: um ama mais do que o outro.
Mas eu acho que é mais fácil para quem ama, porque ainda que sofra por vezes, quem não ama é obrigado a suportar um sentimento a que não consegue corresponder.
Exige-se uma força sobre-humana para viver contra a própria natureza. Rangendo os dentes, tenta-se ser feliz, aprisionado numa espécie de espasmo...até que se chega a um momento em que já não faz sentido esforçar-mo-nos, em que é preciso dizer a verdade, em que se sente que já não dá mais para continuar por aquela estrada.
Há, na vida, momentos afins, em que se experimenta uma espécie de vertigem, em que vemos tudo muito nitidamente, se recuperam energias e potencialidades desconhecidas...esses instantes mudam a nossa vida, chegam sem os sentirmos. E tomamos a decisão que parece ser a única decisão sábia em toda a nossa vida...a separação.

Mas quando se tem este alívio da tomada de decisão, sabemos que a dor passa para o outro. Quando quem dos dois mais ama é confrontado com o desamor e com a perda mas tem, embora em sofrimento, a inteligência, tolerância e a simplicidade de, com amor, com o verdadeiro amor, ser paciente e aceitar a separação...só pode ser uma pessoa maravilhosa!
Eu considero que só o carácter mede a categoria de um homem ou de uma mulher.

Para C, com ternura!

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