O que seria preciso para que a malta reagisse? Qual seria a hecatombe necessária para que houvesse um despertar deste sonho?
Agora o nosso Ali Babá de serviço tem mais 12 motoristas, os meninos passam do 8º para o 10º ano sem sequer precisar frequentar as aulas, sobe o IVA escandalosamente, impostos retroactivos...e nada.
Nada a não ser a corrida às cornetas dos infernos para puxar pela selecção nacional, o primeiro casamento gay em Portugal...e se preparem, mês que vem os combustíveis vão subir de preço e assim todos os produtos de consumo. E nada.
Para quem lutou por cada palmo de terra deste território, quem saiu para o mar procurando novas rotas e novos lugares, quem defendeu uma soberania...sobrou este povo frouxo e cabisbaixo. O orgulho nacional não se prende apenas e tão somente em colocar bandeiras nas varandas, nos carros e como lenços na cabeça. Vai muito além disso. Vai na consciência que, o país somos nós, os que aqui vivem, pagam os impostos, trabalham e descontam. Vai para além de bairrismos e clubismos, de esquerda, direita e ficar em cima do muro do centro.
Teria que ir em direcção da constatação que o poder político está nas nossas mãos, no voto, na capacidade de escolher, votar e manifestar, seja de que forma for, que as coisas não estão bem. Que há insatisfação, pobreza envergonhada, um Banco Alimentar Contra a Fome arrebentando pelas costuras com pedidos de ajuda...
Mas há este silencio doloroso de quem perdeu a esperança. estamos a criar uma geração despreparada para a competição com o resto da E.U, com uma educação tocada à Magalhães e E- Escolas, um engodo típico de cenoura à frente do burro. Penalizam aqueles que esforçam-se, que são pontuais e assíduos, que vêem os seus esforços menosprezados em prol de uma estatística que fica bem nos relatórios da E.U.
Por isso, estes esforçados saem do país, vão trabalhar e fazer progressos onde, acredito eu, não hajam políticos que se formaram ao Domingo, que não façam pouco de quem trabalha e estuda honestamente.
Mas hajam cornetas, cerveja e batatas fritas, umas tiras de entremeada e o povo fica fixe e contente. Depois hão de ir à Fátima agradecer a selecção ter feito tão boa figura...
Alguém me conta... como foi mesmo que o 25 de Abril aconteceu??
Apareçam
Rakel.
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