Excentricidades


Acho que cada um tem o seu toque de peculiaridade, aquilo que faz de nós seres diferentes uns dos outros, apesar de termos a mesmas características físicas, temos algo que na personalidade nos destacamos, dos outros.

Seja um tique na fala, um trejeito de colocar o cabelo atrás da orelha, o gesto nervoso de passar a mão na cara.. todos nós temos algo que transmite alguma coisa de nosso. A coisa muda de figura, quando esses gestos e tiques saem do que socialmente se acha correcto.

Algumas vezes os meus bons hábitos colidem contra a falta de conforto para usufruir deles, numa casa em que se joga nos PCs em rede, com o som de tiros, gritos e granadas... ler e ouvir música é um desafio. Metade do problema fica resolvido quando arrolhos os fones nas orelhas e saio deste mundo de comandos e franco atiradores...
Depois é vê-los, quando, por exemplo, lhes dá a fome , tentando chamar a minha atenção enquanto estou naquela outra dimensão, a abanar os braços como náufragos num bote no meio do Oceano, clamando por socorro e contra a minha surdez compulsiva. Juro que é isso que acontece.

Da mesma forma, quando pego num livro, o mundo pode se acabar em chuva de enxofre, os Quatro Cavaleiros os Apocalipse podem entrar na minha sala com cavalos e tudo, o Dalai Lama pode me chamar pra tomar um chá e bater papo.. que eu não dou por nada. Pura e simplesmente desligo. Mas sou constantemente cutucada, interrogada, solicitada... e isso me irrita.

Daí que, um dos poucos lugares onde posso ler, com boa luz, um certo silencio e sem ser interrompida é na casa de banho. Tanto isso é verdade, que a Stela já chegou a brincar com a situação, dizendo que parecia uma biblioteca, porque ficam sempre por lá um ou dois volumes literários. Tomara eu que ela fosse maior, porque certamente colocaria uma estante pra acomodar como merecem os livros, ou então uma mesinha jeitosa...e um cadeirão... :)

Pensarão vocês... mas que coisa tão parva...até acho que não. Não é raro em muitas casas haver telefone nas casas de banho, T.V ou lareira. E duvido que eu seja a única pessoa do mundo que lê na casa de banho.

Tanto isso é verdade, que depois de ter saído esta notícia, pensei em duas coisas:  primeiro, que infelizmente não sei entender japonês e Kanji suficiente pra poder lê-lo, em segundo lugar é uma ideia genial...

Nem vou discutir as excentricidades do povo nipónico, que desde a melancia quadrada (pra caber melhor no frigorífico) ao telemóvel que pra falar e escutar a gente mete (salve seja) o dedo indicador no ouvido, imagina e concretiza coisas que só na nossa louca imaginação se passa.

E assim, poderia abandonar de vez a fita métrica e os desenhos feitos por moi para conseguir encaixar uma estante na casa de banho.

Mas de certeza...no dia que eu ganhar o Euromilhões, vou fazer uma casa de raiz para meu conforto...daquilo que eu acho mais próprio..se Salvador Dali pôde..porque eu não né?

Apareçam

Rakel

PS: digam a verdade...aquele dispositivo "mãos" livres da menina japonesa lá em cima não passava pela cabeça de ninguém...talvez só do Mr Bean, quando ele usou uns slips pra lá de arcaicos pra segurar uma lanterna... :)

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