Receita Natural...


...desta vez pra comer!!!

Esta história toda começa com a minha maior e mais justificada ira contra o momento actual (melhor seria dizer que ando emputecida com tamanha robalheira, mas fica mal né?) de maneira que, procurando umas coisas encontrei outras.

Procurava na bagunça da arrecadação onde raios estava uma grelha, daquelas com pés, porque a ideia de fazer as castanhas assadas não saiu da cabeça, quando dou de caras com a velhinha iogurteira da minha mãe. A grelha não encontrei, mas em todo caso levei comigo a dita chocadeira de iogurtes. Não ia sair no prejuízo né?

Comecei a fazer as contas e conclui que valia a pena me dedicar a fazer os iogurtes em casa, ao meu gosto e com aquilo que eu quero neles. Mas como sei que economia caseira (no meu caso um verdadeiro contorcionismo) é assunto geral, resolvi colocar aqui a receita de iogurtes caseiros, mais não seja por graça para alguns ou negócio para outros (mas que a ASAE não nos ouça). A receita pode ser feita mesmo que não tenha a maquineta ok?

Então aqui começa a odisséia:

Eu tenho a mania de colectar boiões de vidro (aqueles do iogurte industrial) pra depois pintar e fazer suporte de velas  e coisas assim. Desta vez, com a minha habitual cara de pau, pedi à quem conhecia que não deitassem no lixo e me dessem os tais boiões. Mas serve qualquer boião que seja de vidro, que possa ser esterilizado. Portanto, ferver os boiões ou passar por um esterilizador a frio. A receita que vem aí dá para cerca de 8 desses boiões.

1 litro de leite pasteurizado (pode usar leite inteiro)
1 copo de iogurte natural (daqueles mesmo de loja, se continuar a fazer esta receita, nunca mais vai comprar outro)
1 ou 2 colheres de sopa de leite em pó (opcional, geralmente é pra quem usa leite magro)

Aquecer, sem ferver, o leite. Normalmente aqueço a uma temperatura que meu dedo mindinho aguente ficar lá um bocadinho. Junto o iogurte natural, mexo bem para ficar bem misturado. Há quem coloque uma ou duas colheres de sopa de leite em pó pra ficar mais encorpado, mas nunca tive razão de queixa.
Verter esta mistura para os boiões já esterilizados e coloca-los na iogurteira entre 8 à 10 horas. Costumo fazer de noite, de manhã desligo e deixo arrefecer antes de tapar e guardar no frigorífico.

Não tem iogurteira? Não faz mal. Pegue numa panela, coloque água (tenha atenção à quantidade, não é pra  afogar os boiões, mas sim um bocadinho mais de meio bioão) leve ao lume e aqueça até aquele momento que começa a fazer bolhinhas, não é ferver. Desligue e coloque os boiões um por um já com a mistura dentro. Coloque um pano de prato limpo na boca da panela para absorver o vapor e não pingar no iogurte. Coloque a tampa na panela e abafe-a numa manta velha, toalhão grosso, qualquer coisa que faça guardar e conservar o calor. Coloque a panela num lugar que não seja muito frio e espere as tais 8 ou 10 horas.


Passado esse tempo, tire os boiões da panela ou iogurteira e tape com papel de alumínio ou película aderente a boca em jeito de tampa. Um dos potes de iogurte que acabou de fazer pode ser usado pra fazer a próxima leva. Pra mim, rende 8 boiões, porque coloco no fundo de cada um deles a compota que tiver na altura, mas pode levar um puré de maçãs, pedaços de fruta...o que quiser. Mas nunca se esqueça de deixar um boião só com iogurte. Fica então a compota no fundo e o iogurte por cima, assim nem precisa adoçar.

Fazendo as contas: sai manifestamente mais barato. Não leva conservantes nem aromas, reaproveitam os boiões, é feito por vocês e dá um gozo danado. Agora, depois de ter recebido mais uma carta de amor, desta feita da Segurança Social a me avisar nas mexidas dos abonos...é usar tudo ao limite.

A lareira com recuperador de calor é um bom forno a lenha...assei as castanhas no crivo da panela de pressão lá no meio das brasas da lareira e pra próxima... asso pão lá dentro. E estico o meu dedo médio às grandes superfícies e fortunas feitas da escravidão humana. Me viro no que posso e divido.

Eu bem digo que qualquer dia fujo pro Alentejo e vou viver sossegadamente numa casita térrea, com cães, gatos e uma horta. E saberei me virar bem.

Apareçam

Rakel.

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