Quem disse que boas acções não custam?


Na verdade não costumam fazer com que percamos mais do que alguns momentos do nosso tempo, mas também, provavelmente poderíamos gastar em alguma coisa absolutamente inútil.

Portanto, esta que vos escreve, num ritual de todas as mudanças de estações mais agrestes, dá uma volta às roupas da malta cá de casa e vê o que serve e não serve. Infelizmente, o mais novo está do tamanho do mais velho, e este, o mais velho está numa fase estacionária e já não perde tanta roupa. Problema, tenho que comprar roupa pro mais novo.

Já há uns dias, andei a juntar em sacos roupas, sapatos, sapatilhas e socando na despensa o produto dos reviranços de armários. De momento, a minha despensa está uma zorra de tanta bagunça...entre material pra reciclar, roupa para dar e mais todas as coisas que pertencem estar nela. Mais o escadote pequeno a tábua de passar e toda a tralha do costume.

Há muita gente que pega nas roupas que já não usam e colocam ao lado do contentor de lixo, isso geralmente é um convite a que muita gente desocupada e lerda mental espalhe o conteúdo pela rua e ninguém faz proveito de nada. Se por acaso tiver roupas e outras coisas para dar, procure, conheça a sua cidade e entregue em instituições sérias ou até mesmo na sua paróquia ou centro espírita as suas contribuições. Aconselho vivamente que evitem entregar seja o que for à Cruz Vermelha e Cáritas... mas isso é uma outra história não só minha mas de outras pessoas que passaram pelo mesmo e que mais tarde relatarei.

Continuando a odisséia da despensa, onde com muita fé e coragem adentrei com o objectivo de conferir tudo e ensacar para depois levar ao local já escolhido e de solidariedade social, ligo a luz e olho e respiro fundo...

Mesmo tirando algumas coisas, aquilo estava um bocadinho complicado...principalmente porque fugiu, não sei como um pé de uma par de sapatilhas. E procurar?? Ahhhhhh...como é que uma coisa inanimada teve o condão de se encafuar por detrás de duas latas de tinta enormes e cheias??? começo a acreditar nos duendes... só pode. Primeiro erro: comi o pequeno almoço de torradas e descafeinado antes de começar as lides, portanto, dobrar a espinhela era um acto dificultado não só pelo espaço exíguo como também pelo botão da calças.



Daí que a primeira marrada na prateleira (que já lá está faz uns 5 anos) foi do meu ponto de vista, um erro de cálculo. Reviro ligeiramente as ancas e baixo-me entre o escadote pequeno e as latas de tinta e lá vai a segunda marrada. Na mesma prateleira. Foi descafeinado e se cheirinho ok? estico o braço mais um bocado e com as pontas dos dedos alcanço os atacadores e em jeito de vitória levanto a cabeça e lá vai a terceira marrada. Humpfffff...raisparta da prateleira...

Enchi-me de brios, verdadeiramente possessa com os galos e despejei a despensa toda... Separados os sacos de roupas, de material para reciclar, veio a segunda parte: marchar para os Eco-Pontos e dar meu contributo para uma ambiente melhor. O meu erro maior foi ir juntando e ficar na esperança que os meus filhos arrumassem espaço na agenda ocupadíssima pra me dar uma ajuda à levar as coisas. Eles separam? Sim, separam...mas a gaita é marchar aos Eco- Pontos.

De maneira que fiz 5 viagens, carregando as coisas e despejando nos devidos lugares. A roupa já a jeito de ir pra instituição (pelo meio encontrei os pavios e o gel para fazer velas que tinham sumido), a despensa já é funcional e o óleo usado está já a jeito pra fazer sabão caseiro...  :)

Portanto, era exactamente 16:23 quando dei por terminada a tarefa, coberta de pó, suor e três galitos na pinha. Embora tenha tido uns contratempos, tomei a minha banhoca satisfeita com a tarefa completa e satisfeita com o dever cumprido.

Revirem os armários, vejam aquilo que não usam e doem à quem precisa, principalmente aqui no país, depois pensemos nos demais países. Já dizia a minha avó: Ajudemos primeiro os de casa e pensemos depois nos de fora. Além de roupas,os móveis, livros, loiça... tudo pode servir para quem nada tem. E procurem os centros de reciclagem para electrodomésticos já inutilizados. Eles também podem ser reciclados.

Apareçam

Rakel.




Comentários

  1. Allô amiga!!!

    Subscrevo inteiramente o k disseste.
    Também já andei a fazer o mesmo.
    No k respeita ás instituições k referiste, penso k te lembraste de mim quando falaste na Caritas.
    Sei k nem todos somos iguais e quem faz as instituições são as pessoas.
    E é como em tudo, em todo o lado há gente boa e má.
    Tive uma má experiência com a Caritas quando, eu, à data presidente de outra associação de solidariedade católica pedi auxílio para facultarem mensalmente leite (que estes recebiam gratuitamente e nós não) a uma família carenciada da minha àrea de residência, a quem nós já haviamos adquirido previamente, a nossas expensas, os bens de primeira necessidade para esse mês.
    Falei com 60% dos membros (visto k eram 10 e falei com 6, incluindo o presidente que não se identificou como tal) e até hoje não obtive resposta.
    Mas não deixei de contribuir, mesmo para eles (até no peditório anual, não contribuo é lá), porque não sei como funciona nos outros lados, e se não fosse uma mulher de fé, não era católica.
    Quanto á Cruz Vermmelha não me posso pronunciar porque não conheço.

    Jinho e continua com as boas acções

    Pensando bem, vou levar a roupa a uma igreja, mas não sei qual a instituição que a recolhe, mas como conheço quem já beneficiou (e que quando já não precisa oferece também, tudo lavadinho, passado a ferro e dividido por tamanhos) sei que está bem entregue.

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