Minhas Birras de Estimação



Catekista disse...

Allô amiga!!!

Subscrevo inteiramente o k disseste.
Também já andei a fazer o mesmo.
No k respeita ás instituições k referiste, penso k te lembraste de mim quando falaste na Caritas.
Sei k nem todos somos iguais e quem faz as instituições são as pessoas.
E é como em tudo, em todo o lado há gente boa e má.
Tive uma má experiência com a Caritas quando, eu, à data presidente de outra associação de solidariedade católica pedi auxílio para facultarem mensalmente leite (que estes recebiam gratuitamente e nós não) a uma família carenciada da minha àrea de residência, a quem nós já haviamos adquirido previamente, a nossas expensas, os bens de primeira necessidade para esse mês.
Falei com 60% dos membros (visto k eram 10 e falei com 6, incluindo o presidente que não se identificou como tal) e até hoje não obtive resposta.
Mas não deixei de contribuir, mesmo para eles (até no peditório anual, não contribuo é lá), porque não sei como funciona nos outros lados, e se não fosse uma mulher de fé, não era católica.
Quanto á Cruz Vermelha não me posso pronunciar porque não conheço.

Jinho e continua com as boas acções

Pensando bem, vou levar a roupa a uma igreja, mas não sei qual a instituição que a recolhe, mas como conheço quem já beneficiou (e que quando já não precisa oferece também, tudo lavadinho, passado a ferro e dividido por tamanhos) sei que está bem entregue.
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Geralmente dou sempre alguma resposta à quem tão gentilmente nos lê e comenta. E desta vez...deixei um tempo de gerência de opinião. Porque depois... me dizem que não tenho calma, que estou alterada ou que só sei dizer mal. Mas felizmente, apenas pra me dar mais motivos para isso, o destino ou a ironia da vida vem justificar o resto do post.
Tenho uma embirração de estimação com certas instituições com as quais tive contacto directo. Não quero com isso dizer que, as mesmas em outros pontos do país não sejam correctas e dinâmicas. Mas no meu caso, falando pontualmente no caso de Santarém, a Cruz Vermelha e a Cáritas sempre se pontuaram pela inércia total. Minto, pelas infames latinhas de peditório, esmolando a caridade da população. Contrasta aberrantemente contra os bailes de gala da Cruz Vermelha e de todo show-off do costume. Já aqui falei anteriormente, que fiz parte da Cruz Vermelha, mais precisamente em 1981. Foi o nosso grupo de malta mais nova que deu os primeiros passos naquilo que seria a Juventude da C. V, com montes de ideias e boas intenções que foram sistematicamente abortadas pela Direcção. Tantos abortos numa época em que era ilegal... dariam anos e anos de cadeia. Uma das nossas ideias ( temos que ver que era ainda no tempo do Serviço Militar Obrigatório) seria pegar em todos os objectores de consciência e coloca-los a trabalhar na C.V cumprindo assim o seu dever para com a Pátria e a sociedade, contando assim como serviço militar.
O que me fez sair de lá?? Simples...
Como tinha tempo disponível...via chegar dádivas de boa qualidade...ao mesmo tempo que eram recusados apoios aos carenciados. Mais, aquilo que davam era coisas que mais mereciam a incineração. Vi cadeiras de rodas recusadas, muletas, roupa...tudo sendo recusado pelo motivo de : "não temos nada disponível". Uma das noites da reunião com o grupo comentei o facto, bem dito, bem feito, andamos a revirar todas as divisões até nos deparamos com dois quartos trancados. Depois de devidamente abertos descobrimos as cadeiras de rodas, muita roupa boa, quase nova, separada em cabides.
Quando decidimos entrar em contacto com a Direcção em Lisboa (sim, passamos por cima da Direcção da Delegação) fomos chamados e confrontados com as denuncias que fizemos (peditórios que não entraram nos livros e que por coincidência foram na mesma época de reforma da casa do Presidente da Delegação), o facto de não ajudar quem precisava, tendo guardados, sabe-se lá para que fim, as dádivas oferecidas... e soltaram os cães nas nossas canelas. Fomos tachados de mentirosos e perturbadores da ordem e não me restou outra saída senão bater a porta e manda-los todos à merda. Saí dessa reunião com os pulsos todos negros de tantos murros que dei na mesa... e descontente com a instituição.
A Cáritas funciona da seguinte forma: se você precisa de roupa, alimentos ou agasalhos, tem que ir lá sem banho tomado há uns 15 dias, com muita porcaria debaixo das unhas e completamente andrajoso. Porque para essas senhoras, os pobrezinhos são porcos, mal sabem falar e cultivam colónias de piolhos... os coitadinhos. Pobre limpo... não é pobre. Recusam ajudas sistematicamente, portanto, não me parece nada descabido que a Catekista não tenha conseguido nada dessa instituição.
Enquanto o trabalho voluntário for feito na base de senhoras com uma ideia pré-definida de necessitados, a coisa não vai. Daí que eu ande a bater na mesma tecla vezes sem fim: é preciso sangue novo no voluntariado. Há que mudar mentalidades e formas de trabalho, há que ter em vista que há muita gente que deveria ajudar e não faz ponta de corno. Os lugares ocupados quase numa sucessão hereditária (seja social ou política) tem prejudicado mais do que ajudado.
A falta de gente que doe um par de horas por semana é gritante e alarmante, e quem poderia ajudar, mantem-se no jogo da batata quente. E eis que chegou a gota d'água...

Há coisa de mais ou menos 15 dias, na Chamusca, no aterro da Resiurb foram despejadas TONELADAS  de alimentos fora de prazo... do Banco Alimentar Contra a Fome. Tal atitude é justificada por falta de VOLUNTÁRIOS  para a distribuição dos alimentos. Agora, deixem-me fazer uma pausa pra acalmar e tomar fôlego....


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A foto aí de cima foi tirada durante o acto do despejo (nem se deram ao trabalho sequer de fazer reciclagem de materiais), provando que não são abébias soltas no ar...

Ok, vamos tomar como justificada a falta de voluntários. Então vamos relembrar que o Exército tem montes de gente sem fazer grande coisa. Aqui há tempos andaram a medir a tensão e a tirar a taxa de glicose em algumas populações do Alentejo...porque não ajudar a distribuir comida? Os Presidentes das Juntas de Freguesias... que não fazem puto e nem servem pra grande coisa?? Não poderiam ser pontos de distribuição?? Os escuteiros?? Esse povinho de calções, muito católicos, que de vez em quando ajudam o Banco Alimentar a angariar... poderiam distribuir.... ou só podem dar massagens aos peregrinos???
Cruz Vermelha??? Cáritas?? Só mudando as mentalidades...

O que me custa no meio disto tudo, é que muita boa gente, que compra e oferece géneros alimentares para o Banco acabam por não ver a sua dádiva ter seguimento. E com toda a minha franqueza.... ano que vem, com o andar de tantos cortes, aumentos de impostos e de desemprego... quantos mais não irão precisar???

Quero deixar bem claro o seguinte: a minha embirração se deve à Delegação de Santarém, que tanto quanto sei até hoje, continua a mesma joça. Cáritas de lá idem aspas. 

Se vocês puderem dar uma pequena ajuda, umas horinhas por semana, fariam grande diferença na vida das pessoas. Se tiverem coisas para dar, procurem os Centros Espíritas, que geralmente fazem cestas básicas de alimentos e tem farmácia para quem não pode comprar remédios. Sei que o Centro Espírita de Leiria tem um bom trabalho de intervenção social. Falem com o padre da vossa paróquia, procurem saber de pessoas das vossas ruas, bairros ou freguesias que podem ajudar. Só depois disso... pensem nos meninos de África. AQUI HÁ FOME E MISÉRIA TAMBÉM.

Catekista, se não te provocar comichões dá um pulo lá em Leiria e deixa lá as coisas que tens pra dar. Afinal, tal como tu são cristãos e portanto, mesmo numa outra linha, acreditam nos ensinamentos de Jesus: dar, misericórdia, perdão. 


Eu vou tomar um chá pra ver se a pulsação baixa um bocado...


Apareçam


Rakel.



Comentários

  1. O problema do voluntário é k está instituido para ser exercido por pessoas reformadas ou k estão em casa (não que tenha alguma coisa contra) e não por quem trabalha fora de casa.
    Quando entreguei a presidência lá do sitio onde estava, a primeira medida que a pessoa k me substituiu foi: mudar a hora das reuniões para um horário que só dava para os reformados.
    Esta semana estavam a marcar um almoço convivio ... para de semana. Ao k eu respondi "ok, é só para os reformados!"
    É k mesmo k nos queiramos integrar o "poder instituido" não deixa. É como lá no coro da igreja, estão sempre a dizer k os novos deviam ir, mas quando os novos vão, os outros reclamam logo k estão muito apertados, ou (pior) k não têm lugar.
    O problemas é k essas pessoas têm a ideia de que o pobre é sujo. Daí k cada vez mais exista a chamada, "pobreza envergonhada".
    K Deus me perdoe, mas eu chamo a esses k andam a apregoar a sua pobreza os "profissionais da pedincha".
    No k respeita à roupa não me faz comichão nenhuma ir entregar a Leiria ou a qualquer outro lugar (podem ser católicos,protestantes, judeus, muçulmanos ou budistas) onde eu saiba que é bem encaminhada (nem fazer lá voluntariado se tal se proporcionasse).
    Onde vou entregar, e como te disse não sei quem faz a distribuição, eu sei k funciona porque conheço pessoas, k precisam, que beneficiam dessa roupa, e k ainda têm a decência de quando a roupa já não serve (e estou a falar de crianças) irem também lá por o que está em condições para k outros também possam usufruir.
    Não a entrego lá no sitio porque, apesar de saber k, pelo menos até k eu lá estive, nunca foi recusada ajuda e k a roupa até é toda lavada e passada a ferro antes de ser distribuida, vejo pessoas k vivem em melhores condições k eu (os tais profissionais) andarem com as minhas roupas vestidas.
    E eu, (apesar de saber k a partir do momento em k dou não deveria questionar os métodos de distribuição), como entendo que, acima de tudo, o acto de dar nos deve fazer bem ...

    Jinho

    Eh! Eh! Voltei a esticar-me!!!

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  2. Tudo o que disseste é verdade...a malta que fica na linha de frente do voluntariado é a brigada da naftalina.

    Por isso que eu digo: ar fresco e novo!! Há de mudar, vais ver.

    E vai te esticando miúda, fazes uns alongamentos e poupas no ginásio!

    Bjos

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  3. Faço tudo ... alongamentos, ginásio e abdominais (acredites ou não, 100 por dia).
    Nota-se, não se nota?
    Jinho

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