Esta Filosofia (não consigo encaixar na religião) Oriental, nasceu do budismo tradicional, na Índia, lá pelo século II, pela mão de Siddahartha Gautama (que carinhosamente e respeitosamente vou chamar de Sid...por óbvias razões), considerado o primeiro Buda (O Iluminado...deixa a EDP saber disso...).
Segundo reza a tradição, Sid, depois de ter escapado da vigilância e de toda protecção do palácio e vida dourada que levava, viu o sofrimento, a velhice e a doença que os demais (o povão) levavam. Deu uma de menino rebelde e fugiu de casa (como o Guevara e o Castro, filhos de classe abastada e que deram em revolucionários) e tentou encontrar resposta para os males da vida.
Debaixo dos caracóis negros da sua farta cabeleira, começou a pensar de que forma poderia compreender tudo? Como poderia ele entender que existisse todos os tipos de sofrimentos e porque a humanidade precisava sofrer, envelhecer e morrer? Cogitando sobre esses assuntos, sentou-se debaixo de uma árvore e começou a pensar... e entrou na caixa do nada (ver o post mais abaixo).
Ficou ANOS sentado na mesma posição, vivendo da chuva e do orvalho, de alguma semente trazida pelo vento (primeiro relato de uma anorexia masculina), e pensando em... nada. Só pra conseguir chegar ao conhecimento absoluto.
Este conceito de meditação foi levado depois para a China, onde tomou o nome de Ch'an, também disseminado pelo Japão e Vietnam. No Japão tomou dois caminhos diferentes, o Soto e o Rizai, o primeiro é a meditação parecida com a feita pelo Sid e a segunda é um tipo de exercício da mente por meio de poemas, adivinhas ou enigmas.
Um das coisas mais fascinantes do Zen, é a tentativa de entendimento do Todo, do Absoluto sem que com isso sejam precisas palavras pra definir. É como se fosse um conceito de entendimento pra lá das palavras, como se fosse uma simbiose do nosso EU com o UNIVERSO.
Ora, um dos maiores problemas da mente humana é facto que as coisas são presas à palavras, sai fora do nosso conceito de aprendizagem, entender algo que não tenha uma palavra para o definir. Daí a necessidade de entender o Vazio como conceito, o Nada existe, mesmo não sendo Nada. Negar o Nada, antes de mais, é dar a capacidade de o Nada ser algo, alguma coisa para ser negado... entendeu?
Parece complicado mas não é, só podemos acreditar ou negar algo que exista certo? Ora, se dizemos: eu não acredito em... morcelas voadoras, primeiro estou a dar corpo à uma possibilidade de que morcelas existam e que podem voar. No Zen o Nada existe, e portanto um conceito que podemos atingir sem palavras...
Sinceramente, da minha parte, consigo entender o caminho Zen, consigo encontrar alguma utilidade para o estado Zen, mas não vejo o que isso me faz entender a minha comunhão com o TODO através do NADA.
Muito provavelmente, esta minha incapacidade derive do facto de ser gaja... e vocês vão entender melhor isto no pos aí de baixo.
Apareçam
Rakel.
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