Conversas e Telhados de Vidro


Hoje foi um daqueles dias que tive que ouvir fofoca alheia. Fofocagens a gente sabe e até faz parte do enredo, muitas vezes distorcido e apimentado conforme a imaginação e inveja de cada um. Embora saiba ouvir uma, raramente conto. Não gosto de me meter em assuntos alheios.

Mas na paragem de autocarro junta sempre um par de senhoras que conhecem meio mundo e sabem de um tudo do que se passa em casa...dos outros. Chegando uma terceira pessoa, ajudam ainda mais nessa festança de casos de outros. Mas basta uma delas abandonar o local e a visada vira fofoca. E hoje foi do tipo "Fala ela muito, mas na casa dela ainda e pior..."

Falar mal dos outros é muito fácil,  talvez seja um bom exercício pra quem não queira olhar pra dentro da própria casa ou de si mesmo. Da mesma forma que as revistas e sites onde contam os divórcios e mal de amores dos famosos alimentem essa gente meio  sozinha e estranha. Vivem as vidas dos outros por falta de uma pra elas.

Um dos exemplos em que o tiro dado no próprio pé é vexatório é o da Maitê Proença. Lembram dessa gaja?  Que fez aquele pequeno apontamento pro programa Saia Justa, onde tecia aquele monte de baboseiras batidas sobre a burrice de português? Isso ela poderia fazer se tivesse nascido num país onde se falasse bem e escrevesse melhor a língua materna. Ok, sou brasileira mas sei bem onde dói o calo. E aí, num país onde aparece coisas assim:


Ou pior ainda assim:


...pode bem criticar quem quer que seja. E essa lesada mental, pensando que era engraçada achou-se no direito de poder falar com convicção. E as outras galinhas chocas do programa acompanharam na risota...muito elegante da parte delas não é? É mesmo só uma camada de verniz muito fininha e falta de chá...

Daí que quando já via ao longe chegar o meu transporte, uma delas (as véias fofoqueiras) vira pra mim (que tentava passar por invisível) e diz:

"Não é uma vergonha uma coisa dessas?"

E eu muito educadamente respondi:

"Vergonha é falar mal dos outros, sem a presença dos citados. Isso é muito pouco cristão... minha senhora".

Pelo menos, a minha viagem foi tranquila, porque aquelas duas jabilacas ficaram com a bocarra fechada e não saiu mais besteira.

Apareçam

Rakel.

Comentários

  1. Até estava a estranhar não falares da Maitê Proença.
    Coitadas das senhoras,
    Ainda por cima porque eu sei de certeza que o fizeste, e pior...
    Eu não estava lá, mas estou a ver realmente a cena, a tua cara e a delas.
    Concordo com tudo o que disseste mas, fazendo referência a um post já antigo...
    Onde é que está o juízo (e, acrescento eu a diplomacia) dos quarenta anos?

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  2. Foi pras urtigas assim ke abri a conta da luz e ia tendo uma travadinha nos degraus de entrada do prédio...

    Cambada de xupistas filhos das mães deles...

    Perdi a minha diplomacia toda!!

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  3. Primeira que tudo, não se abrem conteúdos obscenos num sitio publico.
    Segundo, eu bem me parecia que esse bom humor tudo tinha de ter uma razão.
    Que culpa têm as senhoras, que estavam tão entretidas a fazer telenovela (sim é uma chatice, a maioria delas dá à noite e eu sei que gostarias de as ver todas), da correspondencia pornográfica, que só deveria ser enviada a pessoas com mais de noventa anos que estivessem, ao recebê-la acompanhadas pelos pais.
    Bjs

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