As Contas

Se há coisa que me deixa realmente frustrada... é de cada vez que abro um envelope de contas. A gente sabe que elas são inevitáveis e que por mais que a gente poupe elas cá aparecem.

O que me chateia sinceramente é ver o pouco retorno que o meu parco dinheiro me dá. Só pra pegar de exemplo, a conta da água. A maior parte das vezes pago mais de recolha de resíduos sólidos (o nosso tão comum lixo), a taxa pra ETAR e sei lá mais o quê... e a água ruim, branca cheia de cloro que uso. Se há alguém que defenda uma política ambiental, da fomentação de uma verdadeira campanha de recolha e reutilização de tudo que possa ser aproveitado... sou eu.

Ando a pé, de boleia ou transporte público, faço separação de lixo, recolho em um garrafão de água vazio as pilhas já usadas, da mesma forma que recolho também os óleos para depois serem depositados nos locais de recolha. Prefiro remodelar um móvel que comprar um novo, até tem o seu lado terapêutico fazer isso. Ver algo surgir novo nas nossas mãos.  Já encontrei receitas de sabão, shampoo e detergente caseiros...pronto.. acho piada à coisa.

Mas a gente paga, reclama, estrebucha... e depois, tem os seus ataquezinhos de fúria. Eu tenho pelo menos. Até porque dei de caras com isto aqui com mais frequência do que aquela que é desejável.

 A foto tirei-a eu depois de um dia passado em indignidade de uma conta escandalosa...

Já cheguei ao ponto de virar a cidade toda com uma data de revistas e jornais para o papelão. Porque além de haverem poucos, os que haviam, estavam atulhados até ao tecto, transbordavam de tanta coisa lá metida.
Uma coisa é certa: as pessoas aderem com alguma facilidade à uma boa campanha sobre um assunto que à todos concerne. Mas por outro lado, quem nos cobra esse contributo para um ambiente limpo continua sendo deficiente.

E aí entra a cena dos Impostos... nestes meses fatídicos em que temos que fazer o IRS, tentando deduzir o possível, sabendo que o retorno dos nossos impostos são: ficar 2 à 4 horas a espera de ser atendido no hospital, não haver médicos de família nos centros de saúde...e essa fantochada toda de obras faraónicas...

Ontem, em conversa atribulada com a malta pelo MSN, um deles, o Zé, saiu-se com a vontade de mandar tudo pro espaço e sumir do país..." Vou pra Ilha!!".

E lá no meio desse desatino, me saiu uma ideia das minhas... mirabolantes: " Então, porque a agente não compra uma ilha....dividido entre todos sai barato..." E não é que o povo aceitou bem a ideia?? E não é que a coisa tem pés pra andar??

Imaginem só... uma ilha governada por um punhado de gente, onde não há autoridade e que todos tem voto na matéria...o sonho de todo anarquista... pelo menos o meu!  :)
Sol, mar, areia, natureza....claro que com painéis de energia solar e umas hélices pra catar energia...ok, não tem shooping, não tem cinemas... mas tem um céu estrelado de noite, ar puro, vida saudável. poder andar descalça...com pouca ou nenhuma roupa...

E se você que me lê acha a ideia boa, junte uns amigos e se proponha a viver fora deste mundo de contas injustas, políticos e leis que foram escolhidas para o nosso bem mas só nos fodem a vida. Porque na nossa ilha... será um conjunto bem interessante de gente meio lesada mental e génios incompreendidos... mas gente boa, gente fina...mas muito seleccionada...procurem a vossa!! a ideia já dei...

E mesmo que venha gente enfiar areia no vosso sonho...dizendo que a realidade é outra... faça um favor.... ajude esse amigo a sonhar e concretizar os sonhos...

Apareçam

Rakel.